Você
com certeza já ouviu falar sobre a importância das fibras na redução do
colesterol e na prevenção de algumas doenças. É só pegar uma embalagem de aveia
que lá vai estar de forma bem chamativa a informação: “Ajuda na redução do
colesterol” ou ainda “Ajuda no bom funcionamento do seu intestino”, isso porque
a aveia é uma boa fonte de FIBRAS. Os alimentos integrais, assim como os
vegetais, são também fontes alimentares de fibras.
A
Fibra alimentar é o componente estrutural da parede celular dos vegetais,
definida como carboidrato composto por polissacarídeos, com exceção do amido, que
não são digeridos ou absorvidos no intestino delgado humano. Os principais polissacarídeos que contêm fibra
alimentar são: celulose, B-glucanos, hemicelulose, pectinas e gomas. As enzimas
dos mamíferos não são capazes de romper as ligações B-1-4 entre as unidades de
glicose da celulose e dos B-glucanos e consequentemente esses polímeros não são
digeridos nem absorvidos.
As
fibras são classificadas em:
- Fibras Solúveis: São aquelas que possuem a capacidade de retenção de água, formando uma espécie de gel. Abrangem a pectina (amplamente usada para fazer gelatina e geleias), gomas, mucilagens e algumas hemiceluloses. As principais fontes dessas fibras são as frutas, legumes, aveia e centeio.
Por formar géis, essas fibras fazem
com que o bolo alimentar permaneça por mais tempo no trato gastrointestinal,
retardando o esvaziamento gástrico e absorção de lipídeos e outros nutrientes,
o que contribui principalmente para amenizar casos de diarreias.
- Fibras Insolúveis: Não possuem a capacidade de retenção de água e por isso não formam géis. Compreendem a celulose, hemiceluloses, ligninas e ceras. Essas fibras podem ser encontradas principalmente em vegetais folhosos, grãos integrais e derivados, no trigo e no milho.
Esse
tipo de fibras é bastante indicado para casos de constipação, pois têm a
propriedade de acelerar o trânsito intestinal e também retardam a absorção de
glicose e lipídeos e aumentam o peso das fezes, uma vez que podem ser pouco
fermentáveis no intestino contribuindo para o volume fecal e consequentemente
contribuindo significativamente para o efeito laxativo.
Tendo
em vista as propriedade e contribuições das fibras para o funcionamento do intestino,
recomenda-se que na dieta haja um equilíbrio, ingerindo uma proporção de fibras
solúveis e insolúveis de 3:1.
Existe
uma relação entre a fibra alimentar e a obesidade. Isso porque as fibras, principalmente
as solúveis diminuem a fome. O aumento de saciedade ocorre devido ao retardo do
esvaziamento gástrico, que por sua vez causa essa sensação de saciedade. Desse modo
a ingestão de fibras está positivamente associada com a redução na incidência
de obesidade. Além disso, acredita-se que elas diminuem a resposta glicêmica
dos alimentos também pelo mesmo motivo, o que faz com que as unidades de
glicose sejam liberadas mais lentamente, o que diminui a propensão à diabetes.
A
fibra reduz os níveis de colesterol do plasma, devido a sua capacidade de se complexar
aos sais biliares, diminuindo assim a absorção de lipídeos. Esse mecanismo
contribui de forma positiva na incidência de casos de doenças cardíacas.
Apesar
das propriedades importantes das fibras para o organismo na prevenção de doenças cardiovasculares, câncer de cólon, diabetes e distúrbios gastrintestinais, seu consumo exagerado
traz algumas consequências, tais como desconforto gastrintestinal, quando elas
são fermentadas no intestino grosso dando uma sensação de distensão abdominal. Além
disso, possuem fitatos e taninos, que reduzem a absorção de alguns minerais
como o cálcio, ferro e zinco. A recomendação de ingestão diária é de 20 a 30g
de fibras.
Walkyria Paula
Fontes:
SHILS, Maurice E. (Coord.). Nutrição moderna: na saúde e na doença. 10. ed. Barueri: Manole, 2009.
TIRAPEGUI, Julio. Nutrição: fundamentos e aspectos atuais. 2. ed. São Paulo: Atheneu, 2006.
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