A doença celíaca é um
distúrbio auto-imune provocado pelo glúten (gliadina e glutenina), ou seja, uma
intolerância à alimentos que contenham tal proteína, como aveia, trigo, cevada,
centeio e outros que possuam tais cereais na sua composição.
Não há um
grupo especifico de pessoas que possuam tal condição, porém, há a predisposição
genética como fator crucial também. Pode-se manifestar de forma muito evidente
em crianças de até 3 anos, que é quando ocorre a introdução de glúten na dieta,
mas, lembrando que não há idade para apresentar tal doença.
Os sintomas
apresentados são diarréia crônica, anorexia, vômito, náusea, flatulência,
distensão abdominal, baixo ganho de peso e estatura, com o risco de grave
desnutrição caso o diagnostico demore a ser feito. Entretanto, há sintomas que
não estão relacionados ao trato intestinal como a dermatite, osteoporose e
osteopenia, anemia ferropriva sem resposta ao uso oral de ferro e hepatite pelo
aumento de enzimas hepáticas. O grau de intensidade desses sintomas depende da
quantidade de glúten ingerida.
Ao ingerir
as proteínas gliadina ou prolamina (vindas do trigo) e outras semelhantes,
esses conjuntos de aminoácidos modificam-se quando entram em contato com o
organismo, provocando no sistema imunitário reações, que refletem em
inflamações intestinais. A partir dessas inflamações, a parede do intestino
delgado com vilosidades fica mais achatada, reduzindo a capacidade de absorção
dos nutrientes essenciais para o corpo, causando agravamentos para a saúde.
Muitas vezes a DC pode ser
assintomática por muito tempo, já que a variação de sintomas é grande. Assim, é
recomendado que um determinado grupo de pessoas que é mais vulnerável à
obtenção de tal distúrbio se submeter à exames de triagem, pois pacientes
celíacos que tardam a ser diagnosticados podem sofrer graves complicações como
linfoma de intestino e osteoporose.
O grupo de pacientes com maior
vulnerabilidade é composto por:
- portadores
de diabetes mellitus
-portadores
de tiroidite autoimune
-portadores
de síndrome de Down, Turner e de Williams
-parentes de
1º grau de celíacos
Esses pacientes devem fazer os
exames de triagem entre 3 e 4 anos de idade, sendo que tenham uma dieta com
glúten há, no mínimo, 1 ano.
Quem nunca ouviu falar de triagem
antes? Então, esses exames são usados para identificar pessoas com uma doença que
ainda é assintomática ou que estão inseridas num grupo de risco. Então, os
testes utilizados são sorológicos e testes genéticos de triagem, juntamente com
uma biopsia intestinal.
Os testes sorológicos procuram anticorpos comum a DC, como:
- anticorpos
antiendomisio (EMA): menos sensível e mais demorado do que o tTg, porém mais
específico para a doença celíaca. Entretanto, a partir da imunofluorescencia
indireta o operador interpreta o resultado, tornando o teste extremamente
subjetivo, diferente do teste ELISA de tTG.
- anticorpos
anti-transglutaminase tecidual (tTG): feito pelo teste ELISA, tem sensibilidade
maior do que 90% e grande especificidade, com porucos resultados positivo
falsos.
- anticorpos
antigliadina (AGA): não é
suficientemente sensível ou especifico,
porém é útil em crianças de até 18 meses, já que os testes de tTg e EMA podem
produzir resultados falsos.
A Associação Americana de
Gastroenterologia recomenda começar a bateria de exames pelo teste de tTG e
para resultados mais específicos, o paciente deve ter uma dieta contendo glúten.
A doença celíaca é permanente e não
possui tratamento. Assim, o celíaco deve manter uma dieta sem glúten a fim de
evitar transtornos intestinais, por exemplo.
bibliografia:
Thaís Fernandes da Câmara
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