O ferro é um
elemento chave no metabolismo dos organismos vivos, pois ele participa de
diversos processos metabólicos importantes, tais como a fosforilação oxidativa,
fotossíntese, ciclo de krebs e síntese de DNA. Ele também faz parte do grupo
HEME, que é o local ativo de transporte de elétrons nos citrocromos e na
captação de oxigênio pela hemoglobina.
Apesar de ele
ser um elemento muito abundante no meio ambiente, ele é relativamente
indisponível para os organismos vivos. Por este motivo esses organismos o guardam
como um tesouro, possuindo um mecanismo de reciclagem muito eficiente.
Os adultos
possuem cerca de 4 g de ferro no seu organismo, sendo que 60 a 70% estão envolvidos
na produção de hemoglobina, incorporados a algumas enzimas respiratórias
(citocromos), no desenvolvimento de células precursoras eritoides e nas hemácias
maduras, sendo esse Fe classificado como ferro funcional. O restante do Fe é classificado
como reserva ou não-essencial (30 a 40 % do total). Esse tipo de ferro pode ser
encontrado nos estoque de ferro do organismo, como ferritina e a hemossiderina,
além de estar presente na transferrina (principal transportador de ferro).
O ferro não possui
uma via de excreção que regule o seu metabolismo. Dessa forma quase todo ferro no
nosso organismo é reutilizado.
A produção de células
vermelhas demanda uma grande quantidade de ferro (30 mg de Fe/dia). Essa
necessidade é suprida pela degradação de hemácias senescentes (hemácias velhas)
pelas células do sistema reticuloendotelial do baço e células de Kupffer no
fígado. Isso significa que grande parte do ferro é reciclada por causa da reutilização
desse micronutriente que estava presente nas hemácias que foram degradadas.
Apesar de
haver essa reciclagem de ferro pelo organismo, ainda ocorrem perdas, as quais são
causadas pela descamação de células epiteliais e por perda nos fluidos
(lágrimas, suor e sangue, principalmente pela menstruação nas mulheres). Do
total de ferro no organismo, apenas cerca 1 mg são perdidos por dia (essa perda
passa para 2 mg em mulheres pré-menopausa).
Para repor
diariamente essa quantidade de ferro, ingerimos em nossa dieta uma média de 13
a 18 mg de Fe/dia, porém desse quantidade ingerida, nós somos capazes de absorver
somente 1 mg.
Na nossa dieta
são encontrados dois tipos de ferro que somos capazes de absorver:
- O Fe hêmico ou orgânico, que se
encontra ligado a uma protoporfirina, formando o grupo heme;
(Ferro hêmico)
- O Fe não-hêmico ou inorgânico.
Esse ferro é encontrado em alimentos de origem vegetal e pode estar na forma
reduzida (Fe+2) ou oxidada (Fe+3).
Cada
um desses tipos de Fe possui um metabolismo de absorção específico e que será
descrito em um próximo post.
Bruna Mundim
Referência:
- Moreira, D. S.; Deficiência de vitamina A e níveis de transcrito de transportadores de ferro no intestino de ratos. 2009. Dissertação. Universidade de Brasília - UnB.
- Carvalho, M. C., Baracat, E. C. E., Sgarbieri, V. C.; Anemia Ferropriva e Anemia de Doença Crônica: Distúrbios do Metabolismo de Ferro. 2006.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Porfirina
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