“O destino das nações depende daquilo e de como as pessoas se alimentam” (Brillat-Savarin, 1825).

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Vitamina D e seu papel no metabolismo de cálcio e de fósforo

A vitamina D, também conhecida como vitamina do sol, é essencial para manter o equilíbrio mineral no corpo. É uma vitamina lipossolúvel e as formas principais são conhecidas como vitamina D2­ ou ergocalciferol, encontradas em alimentos de origem vegetal, e vitamina D3 ou colecalciferol: sintetizada na pele por ação dos raios ultravioletas do sol..
            A principal função fisiológica da vitamina D é manter as concentrações de cálcio e fósforo em uma taxa suficiente para a homeostase, aumentando a eficiência do intestino delgado em absorver o cálcio e o fósforo da dieta mobilizando os depósitos destes nos ossos.
Em princípio a vitamina D é biologicamente inativa. Seus precursores são o Ergosterol ou provitamina D2 e 7-Desidrocolesterol ou provitamina D3 (presente na pele).  Para que este composto seja ativado, ele deve ser transformado na pele (graças ao sol) originando a pré-vitamina D3, uma substancia termolábil que forma a vitamina D3. Já a forma ativa da provitamina D2, o ergocalciferol, é encontrada em alimentos de origem vegetal, pela irradiação do ergosterol.
Síntese cutânea de vitamina D: A importância do sol na ativação da vitamina D3
            O sol emite um amplo espectro de radiação eletromagnética e uma pequena faixa de radiação (UVB) é responsável pela fotólise da provitamina D na derme e epiderme. Durante a exposição à luz solar a provitamina D3 ou 7-Desidrocolesterol é convertida em pré-vitamina D3.
            Assim que a pré-vitamina D3 é produzida na pele, ela imediatamente começa a equilibrar termicamente a vitamina D se isomerizando em vitamina D3.
No entanto a exposição prolongada ao sol não aumenta a produção de pré-vitamina D3, pelo contrário, ela é convertida em produtos biologicamente inertes, sendo incomum a hipervitaminose.

Síntese cutânea de vitamina D3 pela radiação solar.

Com relação à radiação deve-se ter um cuidado especial, pois é quase um paradoxo: a radiação solar responsável por causar rugas e câncer de pele é a mesma radiação responsável pela produção de vitamina D na pele. No entanto, o uso freqüente de protetor solar, sem o qual algumas pessoas não põem o pé fora de casa, pode reduzir essa produção aumentando o risco de deficiência de vitamina D. Recomenda-se então exposição por períodos curtos (5 a 15 mintos) ao sol do inicio da manhã e ao final da tarde que é uma boa fonte para suprir as necessidades e menos prejudicial à saúde.


Metabolismo da vitamina D e função biológica

A vitamina D proveniente de fontes alimentares ou da pele, entra na circulação, se liga à proteína ligadora de vitamina D e é transportada ao fígado, onde sofre sua primeira hidroxilação resultando na formação de 25-hidroxivitamina D ou 25(OH)D. No entanto, a 25(OH)D é biologicamente inerte e para ser ativada ela é novamente hidroxilada no rim, assumindo a forma de 1,25-diidroxivitamina D ou 1,25(OH)2D, cuja ação é responsável pela regulação do metabolismo de cálcio e fósforo no intestino  nos ossos, além de da regulação das funções imunológicas e do crescimento celular.

Deficiência de vitamina D
            É estranho pensar em deficiência de vitamina D no Brasil: um país que não falta sol, não é? E apenas 5 a 15 minutos ao ar livre por duas ou três vezes na semana, sem proteção solar, suprirá suas necessidades de vitamina D!  Mas a grande conscientização das pessoas  com relação a exposição prolongada ao sol e câncer de pele tornou mais frequente o uso de bloqueadores solar e consequentemente uma tendência à deficiência de vitamina D.
            A deficiência de vitamina D provoca raquitismo, uma doença que acomete crianças em crescimento, caracterizada pro mineralização defeituosa dos ossos provocando alargamento das epífises dos ossos longos e da caixa torácica e encurvamento das pernas e da coluna.
Em adultos, a deficiência de vitamina D provoca a osteomalácia, que é a mineralização defeituosa do osso em qualquer idade, devido à diminuição de absorção de cálcio dietético. A osteomalácia é mais comum em idosos, pois estes apresentam capacidade reduzida para produzir vitamina D e muitos não se favorecem do efeito benéfico dos raios solares.

Os principais alimentos fontes de vitamina D são: gema de ovo, leites e derivados manteiga, pescados gordos, arenque, sardinha e atum e alimentos enriquecidos com vitamina D, como certos tipos de suco. Também há pequena quantidade nas carnes em geral e peixes magros.
A recomendação diária de vitamina D para adultos é 400 UI ou 50 µg.


Walkyria Paula


Fontes:
SHIL, Maurice E. (Coord.). Nutrição moderna: na saúde e na doença. 10. Ed. Barueri: Manole, 2009
TIRAPEGUI, Julio. Nutrição: fundamentos e aspectos atuais. 2. Ed. São Paulo: Atheneu, 2006.