A
vitamina D, também conhecida como vitamina do sol, é essencial para manter o
equilíbrio mineral no corpo. É uma vitamina lipossolúvel e as formas
principais são conhecidas como vitamina D2 ou ergocalciferol, encontradas em
alimentos de origem vegetal, e vitamina D3 ou colecalciferol: sintetizada na
pele por ação dos raios ultravioletas do sol..
A principal função fisiológica da
vitamina D é manter as concentrações de cálcio e fósforo em uma taxa suficiente
para a homeostase, aumentando a eficiência do intestino delgado em absorver o
cálcio e o fósforo da dieta mobilizando os depósitos destes nos ossos.
Em
princípio a vitamina D é biologicamente inativa. Seus precursores são o Ergosterol
ou provitamina D2 e 7-Desidrocolesterol ou provitamina D3 (presente na pele). Para que este composto seja ativado, ele deve ser
transformado na pele (graças ao sol) originando a pré-vitamina D3, uma
substancia termolábil que forma a vitamina D3. Já a forma ativa da provitamina
D2, o ergocalciferol, é encontrada em alimentos de origem vegetal, pela
irradiação do ergosterol.
Síntese cutânea de vitamina D: A importância do
sol na ativação da vitamina D3
O sol emite um amplo espectro de
radiação eletromagnética e uma pequena faixa de radiação (UVB) é responsável
pela fotólise da provitamina D na derme e epiderme. Durante a exposição à luz
solar a provitamina D3 ou 7-Desidrocolesterol é convertida em pré-vitamina D3.
Assim que a pré-vitamina D3 é
produzida na pele, ela imediatamente começa a equilibrar termicamente a
vitamina D se isomerizando em vitamina D3.
No entanto a exposição
prolongada ao sol não aumenta a produção de pré-vitamina D3, pelo contrário,
ela é convertida em produtos biologicamente inertes, sendo incomum a hipervitaminose.
Síntese cutânea de vitamina D3 pela radiação solar. |
Com relação à radiação
deve-se ter um cuidado especial, pois é quase um paradoxo: a radiação solar
responsável por causar rugas e câncer de pele é a mesma radiação responsável pela
produção de vitamina D na pele. No entanto, o uso freqüente de protetor solar, sem o qual algumas pessoas não põem o pé fora de casa, pode
reduzir essa produção aumentando o risco de deficiência de vitamina D.
Recomenda-se então exposição por períodos curtos (5 a 15 mintos) ao sol do
inicio da manhã e ao final da tarde que é uma boa fonte para suprir as
necessidades e menos prejudicial à saúde.
Metabolismo da vitamina D e função biológica
A vitamina D
proveniente de fontes alimentares ou da pele, entra na circulação, se liga à
proteína ligadora de vitamina D e é transportada ao fígado, onde sofre sua
primeira hidroxilação resultando na formação de 25-hidroxivitamina D ou
25(OH)D. No entanto, a 25(OH)D é biologicamente inerte e para ser ativada ela é
novamente hidroxilada no rim, assumindo a forma de 1,25-diidroxivitamina D ou
1,25(OH)2D, cuja ação é responsável pela regulação do metabolismo de
cálcio e fósforo no intestino nos ossos,
além de da regulação das funções imunológicas e do crescimento celular.
Deficiência de vitamina D
É estranho pensar em deficiência de vitamina D no Brasil: um país que não falta sol, não é? E apenas 5 a 15 minutos ao ar livre por duas ou três vezes na semana, sem proteção solar, suprirá suas necessidades de vitamina D! Mas a grande conscientização das pessoas com relação a exposição prolongada ao sol e câncer de pele tornou mais frequente o uso de bloqueadores solar e consequentemente uma tendência à deficiência de vitamina D.
A deficiência de vitamina D provoca raquitismo, uma doença que acomete crianças em crescimento, caracterizada pro mineralização defeituosa dos ossos provocando alargamento das epífises dos ossos longos e da caixa torácica e encurvamento das pernas e da coluna.
A deficiência de vitamina D provoca raquitismo, uma doença que acomete crianças em crescimento, caracterizada pro mineralização defeituosa dos ossos provocando alargamento das epífises dos ossos longos e da caixa torácica e encurvamento das pernas e da coluna.
Em adultos, a
deficiência de vitamina D provoca a osteomalácia, que é a mineralização
defeituosa do osso em qualquer idade, devido à diminuição de absorção de cálcio
dietético. A osteomalácia é mais comum em idosos, pois estes apresentam capacidade reduzida para produzir vitamina D e muitos não se favorecem do efeito benéfico dos raios solares.
Os principais alimentos fontes de vitamina D são: gema de ovo, leites
e derivados manteiga, pescados gordos, arenque, sardinha e atum e alimentos
enriquecidos com vitamina D, como certos tipos de suco. Também há pequena
quantidade nas carnes em geral e peixes magros.
A recomendação diária de vitamina D para adultos é 400 UI ou 50 µg.
Walkyria Paula
Fontes:
SHIL, Maurice E. (Coord.). Nutrição moderna: na saúde e na doença. 10. Ed. Barueri: Manole,
2009
TIRAPEGUI, Julio. Nutrição: fundamentos e aspectos atuais. 2.
Ed. São Paulo: Atheneu, 2006.